Mário Pedrosa e o Bonapartismo no Brasil de 1964


Dirlene Pereira
PPG Ciências Sociais - UEL

A FORMAÇÃO E A ESPADA
10/06/2011

Nos livros A Opção Brasileira e A Opção Imperialista (1966), escritos em função do Golpe Militar de 1964, Mário Pedrosa vê no golpe uma tentativa de reinserção do Brasil na economia internacional e, ao mesmo tempo, de recuperar as condições para a retomada de um novo ciclo de acumulação do capital frente à estagnação econômica da década de 1960. Ameaçado por esta crise e vendo romper-se a base social da aliança populista, instaurou-se, em 1º de abril de 1964, uma ditadura bonapartista.

Partindo da análise do imperialismo renovado do pós-guerra - uma simbiose resultante dos embates com o “socialismo real”, responsável pela “vitalidade” e “elasticidade” do capitalismo -, Pedrosa demonstra que nesse processo de acirrada luta imperialista o Estado adquiria importância capital na medida em que se tornava o centro do planejamento econômico. Assim, a partir de 1º de abril, Washington conseguiu “instalar no Brasil um governo inteiramente a seu gosto”.